sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Artigo

NAS PROFUNDAS DO PROJAC
Paulo Afonso Linhares

Causou grande indignação a admoestação do jornalista Alexandre Garcia, comentarista dos telejornalismos da Rede Globo, feita recentemente em programa radiofônico apresentado em cadeia  nacional, quando culpou os 53 milhões de eleitores que sufragaram o nome da presidente Dilma Rousseff pelos desmandos e roubalheiras que teriam ocorrido na Petrobras, no escândalo chamado de “Petrolão”.  Babaquice inominável essa de destilar despeitado rancor por causa da derrota eleitoral do candidato tucano na eleição de 26 de outubro passado. Nada a ver. É infame e sem fundamento essa vinculação engendrada por esse jornalista que aluga sua pena aos senhores da Casa-Grande.
Aliás, jornalista de inegável talento, Alexandre Garcia, já tem muito tempo de “janela” e na defesa dos interesses de poderosos. Não foi a toa que serviu fielmente o general Figueiredo, o último presidente desse ciclo da ditadura militar, de que foi nada mais nada menos que o porta-voz. E olha, paciente leitor destas mal traçadas linhas, quase todos os dias Garcia tinha que apagar mais um incêndio parido do destemperado gênio do general-presidente. Os alopros eram tantos que o porta-voz ficava sem fala e não tinha saída senão partir para tiradas surrealistas. Como explicar,v.g., a assertiva de Figueiredo de que “daria um tiro no coco” se tivesse que receber o mísero salário mínimo de então? E Garcia explicou de alguma forma essa estultice, sem convencer ninguém.
Agora, culpar os eleitores de dona Dilma pelas pilantragens e conluios criminosos de grandes empreiteiros com executivos corruptos da Petrobras é uma monumental besteira capaz de alimentar por anos a versão contemporânea do indigesto Febeapá de que falava o genial Stanislaw Ponte Preta, de saudosa memória. Dá até vontade de dizer: É a mãe! Ou, é a vovozinha, “seo” Alexandre Garcia, mas, seguramente essas duas senhoras, uma mãe e outra mãe ao quadrado, não merecem qualquer insulto, mormente por besteira irrogada pelo filho e neto.
O que Garcia disse foi tão grosseiro e inoportuno (os 53 milhões que votaram em Dilma são, igualmente, telespectadores) que os dirigentes e seus colegas da conservadora e parcialíssima Rede Globo acharam a dose forte demais, mesmo que sequer as invectivas do comentarista tenham sido lançadas nos noticiários da Vênus Platinada. Claro, todo o cast dos mais destacados jornalistas e apresentadores globais torcem contra Dilma e seu governo. Todavia, dai para imputar aos 53 milhões de eleitores da mesma Dilma pelos desmandos graves ocorridos na Petrobras, é uma distância estelar. Aliás, mesmo culpar por essa bandalheira petrolífera o governo Dilma ou os partidos que lhe dão supedâneo político (PT, PMDB, PDT, PR etc.)  não deixa de ser um exagero, porquanto executivos corrompidos e plutocratas corruptores não têm partido nem pátria, ademais de “operarem” juntos há décadas.
Com efeito, mulheres e homens que elegeram Dilma em 26 de outubro podem até ter cometido rematado equívoco, embora seja deles o direito soberano de errar; nenhum deles, dentre os 53 milhões de eleitores da atual inquilina do Palácio da Alvorada, compactuaria com a roubalheira que contamina todo o setor público brasileiro, mormente esse vergonhoso affair do Petrolão. Jamais, tetéu, ou melhor, “seo” Alexandre Garcia, “pra riba de nós” não. Vade retro, para as profundas do PROJAC com tripas e tudo!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Menor cão do Brasil traz histórias de abandono e solidariedade


Com 15 cm de altura, recorde pertence à cachorra chamada Nininha, da raça inglesa Yorkshire Terrier



Nininha, de propriedade da empresária Helen Cavalcanti Lino, de São Paulo (SP), conquista em 2014 junto ao RankBrasil o recorde de Menor cão. Da raça inglesa Yorkshire Terrier, a cachorra tem quase dois anos de idade e apenas 15 cm de altura, medida atribuída da cernelha ao piso. 
A tentativa de recorde começou com uma brincadeira dos amigos e familiares. “De tanto as pessoas falarem do tamanho minúsculo dela e que poderia ser a menor do país, pesquisei e resolvi inscrevê-la ao título brasileiro”, conta.
A cachorrinha nasceu frágil, mas tirou a sorte grande. Helen mora com o marido e o filho e todos a tratam com muito amor. “Para não ficar sozinha em casa, levo-a todos os dias até o trabalho, onde também é cuidada com carinho pelos funcionários”.
Quando a empresária precisa viajar a cadela vai sempre junto. Em trajetos de avião fica ao lado de sua dona, no banco. “Às vezes é um transtorno porque preciso encontrar hotel que aceita animal e companhia aérea com transporte junto aos passageiros. Eu não deixo Nininha com ninguém. Não confio”, diz.
De tamanho diferenciado, o animal já atraiu a atenção de duas agências de modelos pets, mas Helen negou as propostas. “Nunca entregarei sua guarda a viagens de trabalhos cansativos e preocupantes ao seu bem-estar”.
A alimentação da cadela é igual à da família: café da manhã, almoço, lanche, jantar e leite desnatado antes de dormir. “É gulosa demais, come arroz integral ou comum, frutas, carne, frango, adora peixe e legumes em geral. Também toma leite com aveia ou farinha láctea, iogurte e vitaminas de frutas”.
De acordo com a empresária, o achado na rua se transformou em um vínculo especial de afeto, uma companhia. “Eu trato Nininha como cachorro, mas faço por ela o que faria por um filho”, enfatiza.

História emocionante
Nascida em 28 de novembro de 2012, a história de como a cadela chegou até sua dona é comovente. Helen tinha outro animal da raça Pug, morta aos 12 anos de câncer. Por seu sofrimento, jurou nunca mais ter outro cão.
Três meses depois, deparou-se com um carro de porta-malas aberto e um cartaz sobre a venda de filhotes. Parou e observou, mas já estava vazio. “Já no meu veículo, uma voz me chamou dizendo da existência de outro cão, mas ninguém o queria por ser pequeno e frágil”, lembra.
Helen comenta que o vendedor puxou um pedaço de pano com agressividade e a filhote minúscula rolou e caiu. “Era Nininha, com seis meses. Só pele e osso. Pesava umas 300 gramas, tremia muito, ficava se urinando e não andava. Onde encontrava um apoio se encostava”. 
Segundo a empresária, o homem precisava se livrar dela e de seus irmãos porque a esposa teria gêmeos no dia seguinte e a família estava no apartamento da sogra, a qual exigiu dar fim nos cachorros. “Depois de muitas horas tentando vender a cadela, ameaçou jogá-la na avenida. Certamente morreria atropelada”.
Diante da situação, pegou a cachorra. “Eu paguei para ele não matá-la. Não queria outro cachorro, mas não podia permitir que ela fosse abandonada à própria sorte”, destaca. Helen não podia levá-la à sua casa sem as vacinas necessárias, porque a filha estava grávida.
Primeiro a carregou até o trabalho e no final do dia, a um veterinário. “Tomou banho, foi examinada e medicada. Mesmo assim, ficou isolada em um lugar no apartamento por alguns dias, pois poderia transmitir alguma doença”.

Emocionada, diz ter cuidado de Nininha pensando em doá-la, mas ao passar dos dias não teve coragem. “Hoje está bem e é muito feliz. Cresceu, engordou, não treme e não se urina mais. É valente, corre, pula, aprendeu a latir e tem uma saúde de leão: nunca ficou doente”, conta. “Sabe que nunca mais será maltratada e por isso se sente nossa dona”, brinca.


terça-feira, 11 de novembro de 2014

RAPADURADAS

1.       Tem pelo menos 45 dias que a Unidade Integrada de Saúde Mental (UISAM)  não vê um psiquiatra. Segundo informações, uma mobilização de pessoas de dentro da UISAM está objetivando levar dois pisquiatras para atendimentos aos que necessitam na próxima segunda-feira pela manhã.

2.       Câmara Municipal de Mossoró fará sessão solene em homenagem aos Terço dos Homens e Mãe Rainha. Proposta dos vereadores Nacízio Silva e Flávio Tácito, a sessão especial ocorrerá nesta quinta-feira, 13, a partir das 9h da manhã, no plenário do Legislativo mossoroense.

3.       Parceria entre a Rádio Difusora de Mossoró e a Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva, toda semana há uma entrevista com um especialista. Amanhã, 12, a partir das 16h30, dentro do programa J. Belmont (1.170Khz e www.difusoramossoro.com.br) será sabatinada a psicóloga Rebeca Nepomuceno. A Casa Durval Paiva existe há 19 anos e ampara crianças e adolescentes carentes portadores de câncer e doenças hematológicas crônicas, juntamente com seus responsáveis, durante o tratamento em Natal. Atualmente sçai 872 pacientes cadastrados, crianças e adolescentes de 133 municípios do RN. Contatos podem ser feitos pelo 84 4006.1600

Contemplação

Sonho de olhos abertos, caminhando
Não entre as formas já e as aparências,
Mas vendo a face imóvel das essências,
Entre idéias e espíritos pairando...

Que é o mundo ante mim? fumo ondeando,
Visões sem ser, fragmentos de existências...
Uma névoa de enganos e impotências
Sobre vácuo insondável rastejando...

E d'entre a névoa e a sombra universais
Só me chega um murmúrio, feito de ais...
É a queixa, o profundíssimo gemido

Das coisas, que procuram cegamente
Na sua noite e dolorosamente
Outra luz, outro fim só presentido...

Antero de Quental, in "Sonetos"


4.       Utilidade Pública – Quem encontrou ou vier a encontrar os documentos de MARIA ELENILDA DA CUNHA deixar na portaria da Rádio Difusora ou entrar em contato pelo 8702.4098 que será bem gratificado.



Video promocional do novo trabalho do Pink Floyd, The Endless River. 
A música é Louder Than Words

sábado, 1 de novembro de 2014

Artigo

PERIGOSOS ATALHOS
Paulo Afonso Linhares
No último dia 26 de outubro, o Brasil realizou uma das maiores eleições do planeta, quando compareceram às urnas 105.542.273 eleitores para escolher o presidente da República para o quadriênio que se inicia em 1º de janeiro de 2015. Aliás, diga-se de passagem, a despeito do tom acalorado e muitas vezes agressivo dos debates entre os candidatos à presidência e a alguns governos estaduais, no segundo turno o pleito foi absolutamente pacífico e sem maiores incidentes, merecendo especial destaque a excelente, precisa e eficaz atuação da mega estrutura montada pela Justiça Eleitoral, que de modo eficiente e retilíneo fez efetivos os preceitos legais que regulam os diversos aspectos da campanha e do processo eleitoral, sobretudo, para garantir a expressão concreta da soberania popular aludida no caput do artigo 14 da Constituição da República.
Sob o influxo das pesquisas de opinião, que serviram a todos os gostos, desgostos e apetites, ademais dos fortes bombardeios midiáticos contra a candidata à reeleição Dilma Rousseff, patrocinado pelos grandes veículos de comunicação, a eleição presidencial chegou meio indefinida nos albores da votação do dia 26 de outubro, inclusive pelo acirramento visível em todo país dos confrontos entre partidários das candidaturas presidenciais, embora tenham as sondagens feitas pelos maiores institutos de pesquisa (Ibope, Datafolha, Vox Populi etc.), nos últimos dias, já apresentassem números, postos que modestos, que apontavam uma vitória eleitoral do Partido dos Trabalhadores e seus aliados, com a recondução da atual presidente da República ao comando supremo do Estado brasileiro.
Deu Dilma na cabeça, como se fala na gíria das ruas. Em números finais celeremente conhecidos, graças à eficiência dos sistemas adotados pela Justiça Eleitoral brasileira, que é um bom exemplo para o mundo, Dilma Rousseff obteve 54.501.118 votos (51,64%) e seu adversário, Aécio Neves, recebeu 51.041.155 votos (48,36%), resultando numa maioria de 3.459.963. No duelo que travam há duas décadas, PT e PSDB, os números favoreceram o primeiro, embora não tenha havido mudanças mais visíveis nas composições do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, a não ser a perda de cadeiras por parte dos maiores partidos, porém, os nove partidos da coligação que apoiou Dilma Rousseff vão ocupar 65% das cadeiras do Senado e 59% das cadeiras da Câmara dos Deputados. O PMDB, o PT e o PSDB são os partidos com maiores bancadas, nas duas Casas do Congresso. Quanto aos governos estaduais, o PMDB fez sete, o PT cinco, o PSDB cinco, o PSB quatro, o PSD dois, o PDT dois, o PC do B fez um e o PP elegeu a única mulher (Suely Campos, de Roraima). Prevaleceu um bom e saudável equilíbrio de forças político-partidárias.
Apesar do visível cenário de “balanços e contrapesos” dessas forças políticas que emergiram das urnas de 2014, os partidários da candidatura Aécio Neves, inclusive seus poderosíssimos aliados midiáticos, têm mostrado grande insatisfação com os resultados, quando falam em “país dividido” ou no pequeno percentual da maioria obtida pela presidente eleita. Bobagem. A insatisfação é até legítima, desde que não coloque em cheque as bases do processo democrático. Não é o que fez a direção do PSDB, no último dia 30 de outubro, quando requereu ao Tribunal Superior Eleitoral uma “auditoria especial” no resultado da eleição presidencial,, em face de ter surgido nas redes sociais principalmente, logo que anunciada a reeleição de Dilma, “uma somatória de denúncias e desconfianças por parte da população brasileira”. Como se vê, algo bem vago e sem apontar nenhum fato relevante e hábil a comprometer a lisura do processo eleitoral.
Em derradeira análise, a ação proposta pelo PSDB terá como réu muito mais a própria Justiça Eleitoral do que Dilma e os partidos que a apoiaram. Enfim, os tucanos terão a difícil tarefa de convencer os ministros do Tribunal Superior Eleitoral que a enorme máquina montada para a realização das eleições de 2014 falhou por completo no segundo turno do pleito presidencial. Coisa difícil de convencer, até porque a Justiça Eleitoral agiu com eficiência e, sobretudo, com absoluta independência em suas decisões. Quanto a isto, nada a reparar.
Talvez, quem sabe, não esperam que, num passe de perversa magia jurídica, todos ou a maioria dos sete ministros do TSE resolvam substituir os mais de 54 milhões de eleitores que sufragaram o nome de Dilma? A sociedade brasileira ainda abriga, lastimavelmente, uma forte cultura autoritária e democraticida: as vivandeiras alvoroçadas e descontentes com a derrota nas urnas do projeto representado por Aécio, já rodam ferozes os bivaques dos granadeiros, vistam estes fardas ou togas, pouco importa. E pode ser mais um perigoso e cruel atalho a ser lastimado por décadas. Infelizmente, já vimos essa desbotada e bolorenta fita.